Eventos realizados pela Fenapestalozzi na capital amazonense foram palcos para debates e construção coletiva de estratégias para o bem viver comum.
A Federação Nacional das Associações Pestalozzi – Fenapestalozzi, realizou, de 04 a 08 de junho, os primeiros Fórum Regional de Autodefensores e Encontro Regional de Famílias do Movimento Pestalozziano do norte do país. Sob o tema “Caminhos para a Autonomia Plena”, foram recebidas, em Manaus–AM, aproximadamente, 110 pessoas com deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento atendidas e seus familiares, representando as 15 Associações Pestalozzi que atuam nos estados de Rondônia e Amazonas.
Do estado do Amazonas, estiveram presentes as Associações Pestalozzi de Boa Vista do Ramos; Coari; Manaquiri; Manaus; Manicoré; Nova Olinda do Norte, Parintins, Tonantins e Beruri. Do estado de Rondônia, as Associações Pestalozzi de Guajará-Mirim; Ouro Preto do Oeste e Porto Velho.
Representando o governo amazonense, a secretária de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Jussara Pedrosa Celestino da Costa, comentou sobre o importante papel desempenhado pelas Associações Pestalozzi na proteção socioassistencial das pessoas com deficiência no Amazonas.
“É uma honra estar aqui hoje. Eu pude trabalhar com as Associações Pestalozzi e eu me surpreendi. Eu quero parabenizar porque não é toda Organização da Sociedade Civil que consegue se dedicar tanto tempo, quase um século, a este trabalho que considero como um sacerdócio, que é uma escolha de vida!” disse.
Ester Pacheco, presidente da Fenapestalozzi, celebrou a realização destes eventos inéditos na região e destacou o engajamento das famílias e das pessoas atendidas durante as atividades do evento.
“Nós estamos trabalhando para uma mudança de paradigma na habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência no Brasil e isso requer muita dedicação. A família e a comunidade são parceiras nesta tarefa e acredito muito que este evento será uma excelente ocasião para fortalecermos este compromisso em todo Espírito Santo”, explicou.
Ester ressalta que a realização desse evento é resultado de uma reivindicação dos autodefensores e familiares. Ela explica que a carta do fórum de Aracruz–ES, em 2016, já constava o desejo de que houvesse encontros regionais para o fortalecimento das ações em prol da autonomia das pessoas atendidas e suas famílias.
“É assim que a gente vai caminhando para o centenário do Movimento Pestalozziano no Brasil. É para eles, com eles”, finalizou Ester.
Nos cinco dias de evento foram abordados temas como o combate ao capacitismo, projeto de vida, a qualificação e inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, estratégias para fortalecimento do protagonismo, além de orientações sobre como acessar políticas e programas socioassistenciais.
Projeto de Vida Inclusivo
O documento que norteia a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Fundamental e Médio, criada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), traz referências ao termo “Projeto de Vida” como uma competência geral da Educação Básica, e fortemente ligado ao “protagonismo” do estudante.
Baseando-se neste importante documento, os eventos organizados pela Fenapestalozzi buscam sensibilizar os participantes para um Projeto de Vida Inclusivo, no qual o desejo das pessoas, suas escolhas de vida sejam orientadas para a convivência harmoniosa entre pessoas com diferentes habilidades, sensibilidades e condições.
A representante das Famílias, Vanilza Nazaré da Silva, se emocionou ao relembrar sua experiência nos atendimentos na Associação Pestalozzi.
“O meu filho se desenvolveu bastante depois que começou a frequentar a Pestalozzi. Eu acho que todos os pais são muito agradecidos por esse momento. O meu filho me surpreende a cada dia, com palavras que eu nem imaginava que ele soubesse o significado!”, brincou Vanilza.
Os participantes do evento renderam homenagens ao autodefensor Adílio Oliveira da Silva, atendido pela Associação Pestalozzi de Coari–AM, que veio a óbito recentemente. Conhecido por sua participação ativa nas atividades culturais e artísticas, o Pajé, como era carinhosamente conhecido, foi lembrado com uma emocionante salva de palmas.
“Estamos vivendo um momento histórico para o Movimento Pestalozziano. É com o coração ainda triste pela perda do nosso atendido, que queria tanto estar aqui conosco, que trabalhou para este evento que ele tanto desejou. Esse momento é o primeiro passo para o fortalecimento mais próximo do nosso Movimento de Autodefensores e das Famílias”, disse a coordenadora regional do Monpad, Josilane Lima.
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